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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quero sentir seus dedos
tocando as cordas do meu coração
e o som da sua voz
dando ritmo a minha vida
e melodia ao meu riso
tão calado, tão caído
resolveu despertar

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Bem me quer, Mal me quer

Pare de querer meu bem se o que me faz bem é o meu mal.
Um mal bem feito é melhor que um bem mal feito
e como pode ser mal algo que me faz tão bem?
Aiai, bem, se você soubesse o brilho que o mal tem
Tomava chá de boldo e virava mal também.
Se isso é mal eu não quero bem.
Mal ou bem, é isso que me contém
Meu bem...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Indiferença. Inexpressão.

Era um vez, uma princesinha que vivia confinada nas masmorras de um castelo enorme. Sozinha, sozinha, estava cansada da solidão. Até que um dia ela notou caminhando por ali um outro ser. Também sozinho aos seus olhos. Era um ser grande, peludo, tinha muitos dentes alinhados e perfeitos, a expressão do seu rosto era forte, mas meiga e tinha um quê de beleza incrível. Mas por observá-lo de longe não tinha notado ainda seus olhos.
Um certo dia, a princesa olhava distraída a paisagem emoldurada por sua janela que era a mesma de sempre, exceto pelos pássaros novos que pousavam, e pelas folhas velhas que caíam. Exceto pelos figos novos que nasciam devagarzinho todos os dia. Exceto as flores azuis que nasciam para preencher o lugar das cinzas que sobraram das flores vermelhas já mortas. Quando de repente a criatura apareceu e pareceu observá-la. Assustada, ela se abaixou saindo do campo de visão daquele ser. Mas curiosa que era, logo levantou-se e voltou a observar.
A criatura soprou o céu em sua direção. E cá no alto da torre, ela sentiu um vento meio quente, meio quente que trouxe com ele uma voz. Olá - dizia a voz. De olhos arregalados, a princesinha pensou: "que voz doce e fina...". Parecia uma voz de criança. E era um pouco melosa. Ela imaginou até que se abrisse um pouco a boca, poderia sentir o gosto doce daquela voz.
-Olá, oláá! - Mas ninguém a respondeu...
Uma súbita tristeza até lhe coçou a barriga. Só de pensar em nunca mais ouvir outra voz.
-Ei, você aí! - disse ela, atirando uma bolinha de papel que se encontrava ao alcance de sua mão.
Ele de costas, virou-se e agarrou a bolinha num só movimento. Arrancou um espinho das roseiras e furou um dos bebês figo, e com a pontinha melada do espinho escreveu no papel: "você consegue me ouvir?". Enrolou o papel numa pedra e lançou-o de volta à janela da torre de nossa princesa. Surpresa pois o bicho sabia escrever e feliz por ter alguém, ela gritou toda empolgada: CONSIIIIGO!!!!!
Ele assustado, sorriu. Mas sorriu com o coração. A princesinha não só conseguia ouví-lo, mas também estava feliz por isso, o que era magnífico.
Sentindo-se livre, a princesinha abriu seus braços para sentir os novos ares da sua vida. E naquele momento, sem hesitar, a criatura tirou de sua costas um arco e algumas flexas e acertou a nossa princesa.
Momento rápido, ela olhou nos seus olhos com vigor e viu apenas indiferença. Inexpressão.
O vermelho do seu sangue quente escorreu manchando seu lindo vestido branco.
A princesinha morreu. Apodreceu. E sua carne foi comida por urubus que entraram pela janela aberta.
A criatura saiu. Foi embora. Não ganhou nada, mas também não perdeu.

Ausente

Presente acima de tudo é estar presente. E naquele casal, alguém não está presente, nem manda presente, nem se faz presente, e eles ficam sem presente. Um deles pressente tudo isso, mas é incapaz de se tornar ausente só pra tornar atraente a paixão dos dois. Paixão aparente que ardente, talvez, nunca será.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Olha só...


Estou vendo um príncipe! Que lindo ele é. Cabelos ao vento, a pele macia e o sorriso que reflete nos meus olhos a luz do sol! A pele é cor de chocolate e cravo sem canela. Os olhos brilham tanto que mal posso ver a cor. Os pelos grossos e firmes passando tanta maturidade. Bobagem... Sua gargalhada te torna menino em segundos. Meu menino, meu homem. Um príncipe. E eu, princesa. Princesinha de conto de fadas. Mas um conto de fadas não tem só príncipe e princesa. Tem castelo, masmorra, bruxa e maçã. Eva mordeu a maçã. Paula mordeu a maçã. Amanhã eu vou morrer ao seu lado. E por favor, me beije para que eu possa reviver e viver com você: FELIZES nem precisa ser PARA SEMPRE

quarta-feira, 6 de junho de 2012

12345

A graça sumiu de mim ao ouvir o ruir de sua voz.
O lugar dela preencheu-se da certeza do pro1lema que você me causa2á.
E o vermelho que corava me3 rosto deu lugar à palidez da pai4ão se esvaindo.
Mas o 5mor que eu sinto me fez sorrir e sentir uma vontade louca de te enfrentar.