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segunda-feira, 1 de maio de 2017

te amei por longos anos
ainda te amo
como uma presença distante

como o ar e a chama de uma vela
que coexistem sem se alterar
mas no menor movimento
pode tornar tudo em distúrbio e confusão

o futuro reserva o caos
a ventania e a tempestade
eu vou dançar na chuva
eu vou dançar
não foi preciso olhar muito para enxergar que a beleza não estava lá, nem aqui

mas no ponto médio entre as idas e vindas
nas marcas
no chão molhado
no que ficou

na luz estourada
uma silhueta negra
sempre se movendo
e impossibilitando que captasse

a beleza era dinâmica
e o poema não se fez
mas a poesia do momento
ficará para sempre

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Natureza

Salvador - São Lázaro

Itabuna

Trancoso

Trancoso

Trancoso

Trancoso

Salvador - Engenho Velho da Federação

BR101 - Itabuna - Salvador

Salvador - Federação

Idade? Reflexão

O momento que me encontro é muito peculiar, novo, diferente. Sou forasteira aqui, mas me sinto em casa. No entanto nessa transição de espaços, trouxe comigo toda a minha bagagem, todos os meus poucos 22 anos de bagagem. O primeiro caminho que peguei tinha 8 anos a mais que eu e tratou de me mostrar o que eu queria e não queria. Sobre alguns demais, foram curtos caminhos, que me ajudaram a entender a importância de ter pudor. Liberdade definiu todo esse trajeto e a solidão me ajudou a entender que eu não quero ser livre.
Entrei em mais um caminho... Novamente bagagem a mais, uma delas em especial faziam-se 9 anos a mais de uma experiencia que talvez em 9 anos eu ainda não tenho. Isso foi uma ladeira e eu desci de rolimã sem freio. Senti nele uma admiração por mim que não senti no meu maior amor. Senti o carinho que eu senti falta. Me senti preenchida e de ego massageado. Como nada é perfeito, a descida terminou e o tombo foi tão grande quanto a expectativa. Apesar de íngreme, a ladeira não era grande. O tombo foi grande na hora, mas uma semana depois recuperei. Uma semana depois, estava caminhando novamente pelas ruas escuras desse lugar.
Questão principal: Não me arrependo. Na possibilidade de uma descida, estarei lá novamente. Esse tombo me ajudou a colocar cotoveleiras para o próximos, mas meus joelhos continuam nus. Vou aprendendo aos poucos. O lance aqui é que minha idade não vai me mudar na forma como me relaciono com as pessoas. Relações sem intensidade, para mim, são prazeres momentâneos, alegrias e não necessariamente felicidades. Sempre vi um relacionamento como uma estrada que leva a algum lugar... Logo, não gosto de pensar neles como algo que me satisfaz no momento.  Claro que muita coisa pode mudar, mas enquanto as coisas não mudam, é importante estar inteiro dentro disso. Esteja. Se há um bloqueio, entenda, reflita.
A idade não deve ser um barreira para nossos sentimentos, não gosto da ideia de que a minha idade venha me impedir de me apaixonar. Se apaixonar é divertido, é bom e nos faz sentir novinhos de novo. Quantas vezes ouvimos de pessoas velhas apaixonadas frases como "me sinto uma adolescente de novo" e todas falam isso com sorrisos imensos no rosto.
É importante refletir, talvez não sobre a paixão em geral, mas sobre esse sentimento em particular e que ele  pode ser resultado de uma situação específica.
Eu nunca vou deixar minha criança/adolescente/jovem/adulta/idosa morrer em mim. Cada fase virá apenas a anexar mais volumes a bagagem que eu sempre carregarei comigo. Acho importante para a construção da nossa felicidade...